Quando iniciei o aprendizado com aeromodelo uma premissa que me passaram foi: compre um avião de asa alta. Esse tipo de modelo é bem dócil. Com ele é possível voar a uma velocidade bem baixa. Além de tudo na questão do pouso é mais fácil também.
Então eu comprei um Cesna 182 de depron. Um avião que pesa no máximo 800 gramas com bateria LIPO 3S de 2200. Mas você pode ficar em dúvida quando a validade de possuir um avião de isopor. Te digo o seguinte é a melhor coisa para iniciante. No caso de queda ele pode ser facilmente consertado e já volta a voar. Se fosse em balsa seria muito mais complicado remontar tudo.
Eu mesmo já caí com esse avião várias vezes. Sim! Não tem como não cair enquanto se está aprendendo. Ainda tenho o avião e ainda voa perfeitamente. Tá todo colado e remendado, mas voa bem.
Para lidar com as quedas e consertos aconselho você ter algumas coisas em mãos. Tenha cola epóxi dois componentes, fita filamentada, palito de dente e palito de sorvete. Pode parecer louco, mas com essas coisas você vai resolver muitos problemas.
Isso mesmo! Pode não ser um surfista de verdade, mas é um de controle remoto. Eu tenho um amigo que constrói umas verdadeiras obras primas. Essa foi uma das proezas que ele fez. Obviamente existe esse brinquedo de forma industrializada, mas o legal é montar com as próprias mãos.
Ele construiu a prancha e o boneco. Colocou uma motor legal, um rádio controle bacana e água nele. E você vai ficar impressionado como ele navega rápido.
Eu fiz a filmagem com uma câmera dentro do meu barco de controle remoto. Usamos o lago enorme da Cidade das Artes que fica ao ar livre. Dá uma olhada.
Veja que máximo nosso encontro com amigos que praticam o nautimodelismo – barcos de controle remoto – no lago da Cidade das Artes. Um belo dia de sol. Nesse vídeo estamos com vários barcos navegando e coloquei uma câmera a bordo da minha lancha. Veja que show.
Saiba que é possível transformar uma lancha de brinquedo que funciona com pilhas em um barco de controle remoto. Na verdade ainda lembro quando eu era criança com os meus 12 anos e vi um senhor que tornou isso prático. Ele utilizava uma lancha que na época era facilmente encontrada à venda. A fabricante era a Gulliver que produzia uma linha de diversos modelos de barco. Todos eles utilizavam pilhas. Mas não havia uma forma de controlar remotamente.
A única forma de controlar esse modelo era por meio de um leme fixo. Assim ele poderia ficar navegando em círculos. Na verdade esse modelo que ele usou para fazer a adaptação ficou em minha mente ao longo de anos. Àquela época eu não tinha dinheiro para comprar aquilo e fazer minha versão caseira. Não tinha nem todos os conhecimentos necessários ainda.
Eis que anos mais tarde compro a mesma lancha que vi com meus 12 anos naquele lago. Claro que hoje ela não é mais fabricada e por isso comprei um modelo usado. Fiz a adaptação do controle remoto no que há de mais atual. Para tanto instalei um rádio 2.4GHz. Para controle da direção durante a navegação instalei um servo mecanismo. E no controle da velocidade do motor de propulsão um ESC. Para o ESC me dei o prazer de construir meu próprio ESC para motores escovados. Aqui nesse site ou no meu canal do YouTube você encontra o passo a passo para montar também seu ESC escovado.
No vídeo abaixo abaixo mostrei em detalhes essa adaptação. Esse vídeo foi filmado em Laranjeiras no Parque Eduardo Guinle.
A Quinta da Boa Vista localizado em São Cristóvão no Rio de Janeiro é um belo lugar para passear. No passado esse era o local onde a família Real morava. A casa onde residiam depois tornou-se o Museu da Quinta da Boa Vista, que há poucos anos pegou fogo.
Nos arredores da casa que era o museu encontram-se dois grandes lagos. Eles são unidos por uma passagem, um túnel. Porém esse túnel não é acessível por pedestres. Nele são guardados os pedalinhos que alugam para passeio no lago da Quinta da Boa Vista.
Eu já naveguei nesse lago algumas vezes. Coloquei a câmera a bordo e filmei um visual único desse belo lugar. Veja nas imagens.
A aversão ao risco, frequentemente associada com o histórico de experiências passadas, pode nos prender para não alçarmos voos maiores. Conforme vamos nos deparando com erros e problemas da vida, nosso cérebro vai assimilando e guardando esse histórico. Olhando pelo lado positivo, um erro cometido no passado ficou como aprendizado e fará com que não venhamos a cometer o mesmo erro no futuro.
O lado ruim é que isso pode gerar um certo bloqueio e receios quando nos depararmos com a mesma situação no futuro. Na verdade não precisa nem ser a mesma situação. Veja um exemplo de algo que aconteceu comigo.
Aeromodelismo era algo que sonhava em praticar desde pequeno, mas não tinha condições financeiras na época. Há bastante tempo, tudo relacionado com essa atividade está um pouco mais barato e fácil de adquirir. Sendo assim, fui aprender aeromodelismo já adulto. Mas se eu fosse criança, ao decolar não iria ficar pensando:
Mas é preciso administrar o risco, e a amostragem é de suma importância para isso. Por exemplo, nessa comparação lúdica, compreender se outras pessoas adultas e até mais idosas que eu, também aprenderam a voar depois de grande. Pelo ponto de vista da Administração, sob analogia poderíamos assumir a realização desse procedimento como uma pesquisa de mercado. Ao final, esse resultado pode ser analisado por meio da estatística que pode nos mostrar as médias, covariâncias, curva normal e outros diversos dados da pesquisa sob a análise quantitativa.
Voltando ao aeromodelo, a criança não tem o histórico de vida que sustenta a noção de risco da mesma forma que os adultos. Por isso ela se entrega de corpo e alma àquela atividade. Os adultos ficam mais receosos, isso sem contar que a habilidade da criança é muito mais aguçada, mas esse ponto é assunto para outro artigo.
Mas quer saber o fim da história? Bom, já voo há alguns anos. Tive quedas (veja o vídeo abaixo do meu segundo voo solo), mas também pousos perfeitos. Pousos que só foram conseguidos com o tempo. Prática e experiência. Sempre rompendo os estigmas que rondam nossa mente e expondo-se ao risco de forma controlada. Afinal, para frente e para cima é que se voa.
Dentre um dos estudos do professor e escritor Michael Porter (1991), encontramos o que ele chamou de 5 forças de Porter. Segundo ele, essas 5 forças que atuam na indústria são:
Na verdade, esses quatro primeiros pontos “comunicam-se” entre si por meio do último, a concorrência.
Vamos então ler esse texto empresarial:
“Uma vasta região aberta oferece não somente mais probabilidades para que variações vantajosas … mas também em razão de que as condições de vida são muito mais complexas por causa da multiplicidade … já existente. Ora, se alguma … se modifica e se aperfeiçoa, outras devem aperfeiçoar-se também na mesma proporção, senão desapareceriam fatalmente.”
Esse texto pode até parece-nos lembrar de aspectos associados com as 5 forças de Porter (1991). Certo? Mas deixa eu te contar um segredo. Esse texto eu retirei do livro ‘A Origem das Espécies’ de Charles Darwin (2017). Na verdade a frase original dele é essa:
“Uma vasta região aberta oferece não somente mais probabilidades para que variações vantajosas façam a sua aparição em razão do grande número de indivíduos da mesma espécie que a habitam, mas também em razão de que as condições de vida são muito mais complexas por causa da multiplicidade das espécies já existentes. Ora, se alguma destas numerosas espécies se modifica e se aperfeiçoa, outras devem aperfeiçoar-se também na mesma proporção, senão desapareceriam fatalmente.” (Darwin, 2017, p. 146).
Darwin escreveu sobre como as diferentes espécies lutam pela vida ao demonstrar sua teoria da sobrevivência do mais apto por meio da seleção natural. Mas veja que através do seu livro podemos até fazer analogias empresariais em diversos trechos.
Vejamos outra passagem do livro ‘A Origem das Espécies’.
“A quantidade de nutrição determina, diga-se de passagem, o limite extremo da multiplicação de cada espécie; mas, mais ordinariamente, o que determina o número médio dos indivíduos de uma espécie, não é a dificuldade de obter alimentos, mas a facilidade com que esses indivíduos se tornam presa de outros animais.” (Darwin, 2017, p. 94).
Dentro de uma análise no contexto empresarial, talvez pudéssemos imaginar a ‘nutrição’ como a demanda por um serviço ou produto. Ou seja, a demanda controla a multiplicação da espécie, ou a multiplicação das empresas.
E conseguinte, a análise da próxima frase poderia ser comparada a algo que pode determinar a eliminação de companhias em quaisquer segmentos. Como Darwin diz, é “a facilidade com que esses indivíduos se tornam presas de outros animais”. Outros animais poderiam ser grandes corporações que compram empresas menores na busca por ampliar sua atuação no mercado.
Lembrando que esse é tão somente um exercício mental, pois Darwin pesquisou de fato sobre as plantas e animais e não sobre negócios. Mas com frequência vemos a Seleção Natural de Darwin sendo usada em discursos empresariais. Então eu queria mostrar que as semelhanças podem ir muito além. Corroborando ainda mais com esse cenário, lembro aqui um outro autor que pesquisou um tema correlato. Assim, por meio da Teoria Geral dos Sistemas, o também biólogo Ludwig Von Bertalanffy (1968), mostrou que os sistemas fechados tentem a morrer. E sua continuidade é obtida através de interações. Assim são também as companhias. Sem a existência das 5 forças de Porter, ou pelo menos de algumas dessas forças, não haveria assim, uma empresa de fato.
Porém, mesmo o livro ‘A Origem das Espécies’ sendo um livro de biologia, Charles Darwin em um dado momento até faz uma analogia com o ambiente econômico:
“Da mesma forma, na economia geral de um país qualquer, quanto mais as plantas e os animais oferecerem diversidades nítidas apropriando-as a diferentes modos de existência, tanto mais considerável é o número de indivíduos capazes de habitar este país” (Darwin, 2017, p.158).
Uma forma que identifiquei ao “ler” essa colocação, seria, por exemplo, que quanto mais nichos de negócios forem criados e esses tiverem seus consumidores para essas ofertas, em maior número serão as companhias capazes de atuarem no mercado.
Referências:
Bertalanffy, L. (1968). General system theory. Canada: University of Alberta Edmonton.
Darwin, C. (2017). A origem das espécies: Textos para Reflexão.
Porter, M. (1991). Estratégia competitiva. 9a. Edição. Rio de Janeiro: Editora Campus.